Era uma vez, um elefantinho chamado Janjão.Janjão, como todos os elefantes, era fortão e grandão; por isso, todo mundo tinha medo dele.
Era só Janjão, na escola _Pensa o quê? Nessa história, até elefante, macaco, papagaio, formiga e leão vão à escola!_ se aproximar dos demais bichinhos, na hora do recreio, pra começar o nhém, nhém, nhém:
- Sai pra lá, Janjão! Você é grandão! Se cair em cima de mim, não vai sobrar nem meu botão! – gritou a formiguinha Anita.
Na mesma hora, o macaco Chiquinho começou com suas macaquices:
-Janjão é maior do que o caminhão! Janjão é maior do que o caminhão! Janjão é maior...!
E o papagaio repetia:
- Maior do que o caminhão! Maior do que o caminhão! Maior do que ...!
Todos riam dele.
Janjão foi ficando triste, triste... Não contem para ninguém, mas ele até chorou!
Ficou sozinho, no fundo do pátio, sem vontade de brincar, sorrir ou pular.
Na hora da saída, a mamãe elefanta achou o filhotinho diferente, meio calado e quietinho demais. Logo ele, que adorava tagarelar e não parava quieto...
Mamãe perguntou:
- Janjão, como foi seu dia, meu filho.
- Bem.
-Bem, como? O que fez na escola?
- Nada. _ e se calou novamente.
Foi a semana inteirinha desse jeito...
Janjão tentava se aproximar dos coleguinhas e eles, logo, caçoavam dele:
- Janjão, Janjão! Se cair, vai fazer uma explosão! Buuum!!!
Mamãe, que não era boba nem nada, notou que algo de muito errado estava acontecendo ao seu filho. Resolveu ir conversar com a professora Rita, mas ela disse que não havia notado nada, iria observar...
A professora trocou Janjão de lugar na sala de aula. Colocou o elefantinho sentado pertinho de Anita, a formiga.
Anita reclamou:
- Tia! Janjão é tão grandão! Não consigo enxergar nada no quadro. Posso sentar em outro lugar?
E assim foi, aluno após aluno,ninguém queria sentar pertinho de Janjão.
A professora aproveitou a hora do recreio para tentar aproximar os alunos. Inventou um jogo onde todos participassem juntos. A brincadeira era divertida, mas Janjão foi chutar a bola e deu um chute tão forte que ela parou lá longe, do outro lado do muro.
A turma começou logo a reclamar:
- Fora, Janjão! Fora, Janjão!
De repente, começou uma ventania! O vento cantava alto:
- Vruuuuum! Vruuuuuuum!
Era um tal de folhas e galhos para todos os lados!
Os bichinhos corriam de lá para cá assustados!
Para escaparem do vento, todos foram se esconder dentro da escola... Todos, não! Todos menos o Janjão, que havia ido para o fundo do quintal.
O vento continuava tão forte que arrancou uma grande árvore do chão com raízes e tudo e a jogou sobre a porta da escola, impedindo a passagem.
E agora? Como os outros bichinhos iriam sair de lá?
Foi uma choradeira danada!
Foi uma gritaria sem fim!
-Socorro!
-Socorro!
Janjão, ao ouvir os gritos, pensou logo em ajudar.
Correu, amarrou uma corda na árvore e começou a puxar... Fez tanta força que chegou a ficar roxo!
Aos pouquinhos a árvore foi cedendo, saindo da porta... A alegria era imensa!
O elefantinho voltava para o seu canto, quando foi cercado por todos os seus amiguinhos!
- Viva o Janjão, nosso grande amigão! Só não é maior do que o seu coração!
Ele, agora, era um herói!
Todos, então, perceberam que cada um é do jeitinho que é:
Tem fortão,
Tem pequenininho,
Com óculos
E gordinho...
Tem formiga, tem leão,
Tem elefante e macaco
Se todos fossem iguais,
O mundo seria chato!
O que conta na verdade
É o que trazemos no peito
O Amor, a Amizade!
Cada um é de um jeito!
- FIM -
Márcia Dupim / fev. de 2011.
