26 de fev. de 2011

BRINCADEIRA DE CRIANÇA, COMO É BOM!!!

Piaget, Vygotsky e Freinet já destacavam, em suas observações, a importância das brincadeiras, dos jogos, no desenvolvimento infantil. Essa lúdica atividade ajuda a desenvolver a afetividade, a socialização,  as representações simbólicas e servem de base para o exercício da plena cidadania. Através das brincadeiras e jogos, a criança pode sair do papel passivo habitual que lhe é imposto em sala de  aula e assumir ativamente sua participação no processo. 
Mostraremos a seguir, algumas brincadeiras que podem ser propostas à crianças de 3 a 6 anos, aproximadamente. Vamos brincar?



Atividade 1: NASCE UMA IDÉIA.

Com uma bola de argila ou massinha, a professora em roda com as crianças, inicia uma historia coletiva. Mostrando a bola de argila ou massinha, ela diz assim:
- Esta é uma idéia pequenininha. Ela acabou de nascer. Será uma idéia de quê? Quem sabe dizer o quê ela será?
E passa a bolinha para que as crianças continuem a história, transformando "a idéia" em "mil novas idéias".


Atividade 2: HISTÓRIA ABERTA.

Contar uma história de forma aberta é, justamente, permitir que a criança jogue com a narrativa, atuando como co-autora. Assim, em vez de contar a história pronta, oferecendo uma narrativa com começo, meio e fim, cabe à professora convidá-las a entrar na história. Cria-se, ao longo da narrativa, situações de impasse, onde as crianças têm que opinar e decidir qual caminho a história tomará. Pode-se, no quadro escrever todas as soluções propostas, para que ao final analisar todos os caminhos possíveis. É divertido!
Exemplo: Uma minhoquinha estava passeando pelo jardim, mas havia um rio no meio do caminho. Como ela iria passar para a outra margem? Como iria atravessá-lo? De repente, começou a chover e ela não havia conseguido, ainda, um lugar para ficar. E aí? Como ela se protegeu? O que ela fez?

Pode-se, também, ler uma história para a criança sem contar o final. Estimular que ela o faça. Só, depois de ouvir  os vários finais sugeridos, ler o final do autor.



Atividade 3: DENTRO E FORA

Para classificar brincando. A professora pega uma caixa com objetos de um mesmo tipo: blocos lógicos, botões, tampinhas... Não importa, pois representarão outras coisas. A caixa no centro da roda está vazia. A professora sugere que a caixa será um lugar, como circo, floresta, mar... Resolvido o lugar (circo, por exemplo), cada criança segura um dos objetos na mão, e a cada um, a professora dirá uma palavra. Conforme o que for dito, a criança colocará o objeto DENTRO ou FORA da caixa, sugerindo que ele pertence ou não pertence àquele universo. Se o lugar escolhido for o circo, por exemplo, palhaço e mágico ficarão dentro da caixa, caderno e cama ficarão fora. Se a caixa for o mar;  peixe e barco ficarão dentro, casa e estrada ficarão fora. E assim por diante. Estaremos, assim, desenvolvendo de forma lúdica noções de espaço (dentro / fora) e lógica, como classificação e pertinência.


Atividade 4: SIGA A TAMPINHA

Esse jogo envolve  representação e relação espacial.
Com as crianças em roda, a professora se utiliza de objetos (todos do mesmo tipo), mas com cores diferentes: bolas, massinha, tampinhas, papeizinhos...). Cada  criança será representada por uma cor. Assim, Luiz será o verde, Maria o amarelo, André o azul... Determinada as cores, sem haver repetição, é hora do desafio. A professora coloca os objetos em roda e pede para que as crianças se posicionem da mesma forma que a roda de objetos. Então, se na roda de objetos o de cor azul é vizinho do verde, na roda das crianças André estará do lado de Luiz. Depois de todos arrumados, a brincadeira não pára.
- E se eu trocar a "bolinha" verde com a laranja, quem trocará de lugar? E caberá a professora introduzir novos desafios, como tirar um objeto afastando-o da roda, para que a criança correspondente se afaste também;  aproximar todos os objetos para que a roda se aproxime; formar uma roda bem aberta ou fechada; formar uma reta; uma fila; uma linha sinuosa... As crianças deverão repetir o movimento. 

DICA: Se a turma for muito grande ou estiver difícil trabalhar com uma quantidade grande de crianças, divida em vários pequenos grupos. Dê a mesma cor a crianças de grupos diferentes, pois assim, você só terá que ordenar os objetos a serem seguidos uma vez por cor e todos os grupos trabalharão ao mesmo tempo.



Atividade 5: DEU NO JORNAL / REVISTA

A professora distribui uma folha de jornal ou revista para cada criança. É necessário que todas as folhas tenham imagens.
Cada criança dirá ao grupo o que está "lendo" no jornal / revista, imaginando e deduzindo a partir da imagem. Caberá a professora registrar junto à notícia, o relato da criança.



Atividade 6: SEGUINDO PISTAS

Trata-se de brincar criando pequenas adivinhações que incentivem a criança a trabalhar com indícios, suposições, que mesclam a lógica e a imaginação.
Exemplos:
 - A jaula abriu. Quem surgiu?
As crianças deverão formular perguntas que serão respondidas pela professora ou ela deverá dar novas dicas, como o tamanho do animal, o som que faz...

- Havia pequenas pegadas na parede. Que bicho passou por ali?

- Comi uma fruta muito gostosa. Qual?

Atividade 7: A CAIXA QUE CONTA HISTÓRIAS

Em uma caixa, colocar objetos variados: óculos, carrinho, boneca, relógio... Em roda, as crianças criarão coletivamente uma história, a medida em que cada uma for tirando um objeto de dentro da caixa.
Exemplo:
1ª criança: Era uma vez um óculos...
2ª criança: ... que uma menina tinha esquecido em um carro...

Obs: O jogo fica mais interessante se cada criança não puder escolher o objeto que vão tirar da caixa. Devem pegar o primeiro objeto que lhes vier à mão e dar um jeito de encaixá-lo na história.


Atividade 8: CAIXA DE REGRAS

A professora segura uma caixa nas mãos e pede que cada criança diga uma palavra. Avisa que só algumas das coisas ditas poderão entrar na caixa. À medida que as crianças forem falando, ela diz:
- Essa entra! 
- Essa, não!
As crianças deverão descobrir qual a regra usada.
Assim:
A regra pode ser, por exemplo, coisas que tenham vida.
Então, cachorro entra; livro, não; lápis, não; carrinho, não; pato, entra; menino, entra...

Prossegue-se a brincadeira até que alguma criança descubra a regra utilizada.
Cabe ao professor inventar mil regras, de acordo com o que estiver querendo trabalhar com seu grupo: cores, formas, tamanhos, funções...


Atividade 9: TABULEIRO DE HISTÓRIAS

Um ótimo jogo, que ajudará o seu grupo nas presentes e futuras atividades de produção de texto. Desenhar , sobre uma cartolina, um tabuleiro de jogo, fazendo em cada casinha um desenho (casa, montanha,carro, mãe, avó, bruxa, ladrão, sorvete, praia...) Usar como "jogador" uma tampinha de pasta de dente ou botão. Basta uma para todo o grupo. Lança-se um dado e anda o número de casas correspondentes. Uma a uma, as crianças vão lançando o dado e contando a história a partir da figura que cair.
- A vovó foi dar um passeio.
- Ai, apareceu um ladrão.
- Ele roubou o sorvete da vovó.
E agora?



Atividade 10: SE EU FOSSE UM LÁPIS, UMA TESOURA...

Um vôo de imaginação diferente, que é um precioso incentivo à descentralização do pensamento, pois ajuda a ver as coisas a partir de diferentes pontos de vista. É bem simples; basta pedir as crianças que se imaginem no papel de diversos objetos presentes no espaço que as cerca, como tesoura, papel, lápis, porta. Depois, em roda, "entrevistar" os objetos, incentivando o mergulho na fantasia. Se possível registrar, através de anotação ou gravação o relato . É uma gostosa aventura se imaginar recortando papéis, sendo desenhado por mãos gigantes, rabiscando o mundo todo...


Atividade 11: CAIXA SURPRESA

Uma atividade simples que sempre agrada e muito rica para fundamentar todo o futuro trabalho com critérios de classificação.
Dentro de uma caixa fechada, a professora coloca um objeto a cada dia. As crianças devem descobrir o que é, e a cada dia um critério pode ser explorado. Ou seja, um dia tentarão descobrir o objeto pelo barulho que faz; no outro, através de perguntas sobre sua função; no outro pelo tato...
Para crianças pequenas, pode-se deixar pequena parte do objeto descoberto; trabalhando, assim, a indução e a relação parte / todo (Só o bico de uma mamadeira, por exemplo.)



Atividade 12: LIQUIDIFICADOR MALUCO

Imaginar, com as crianças que "bicho" daria se você misturasse certas coisas no nosso liquidificador maluco. Cada dia, um tema. Por exemplo, um dia só bichos.
- Que "bicho" sairia se a gente misturasse abelha com elefante?
- Um polvo com macaco?
 No outro dia, podem ser objetos (cadeira + caderno, televisão + elevador...)
Esse jogo pode ser feito com tudo: lugares, sentimentos, cores, comidas...  
Invente seus próprios temas. Eles ajudarão às crianças a induzir, antecipar e teorizar resultados, a levantar hipóteses.


(Retirado das apostilas A Escola que brinca e Tudo certo como dois e dois são cinco, da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Divisão de Programas Especiais - Pré-Escola, 1993)

4 comentários:

  1. Muito bom!!!!
    Continuo acompanhando pra aprender mais contigo!
    bjs
    Jenny

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  2. Adorei as brincadeiras, Madu!!!!
    Muito criativas e desafiadoras para a petizada!!!!
    Você também vai postar algumas para os pequeninos de 0 a 3 anos?
    Abraço!!!!

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  3. Jenny, que bom ver você aqui, menina; assim, aprendemos juntas! Conte das brincadeiras que faz com os pequerruchos também!
    Bjins!

    Ah! Estou preparando m post com historinhas que podem ser usadas na evangelização / catequeze... Você tem alguma sugestão? Me envia, ok?
    + bjins!

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  4. A idéia é essa! Aceito sugestões tb, viu? Algumas das brincadeiras já postadas dão para essa faixa etária; outras com uma adaptação tb, já tentei!
    Passe para as tias que estão com turmas dessa idade, combinado? Quero ver tudo correndo por aí!
    Vou postar algumas para a petzada em pequenininha, já separei até! Depois, me conta como funcionou com as suas crianças? Serve de parâmetro para outras professoras...
    Bjins!
    Ah! Respondi o tópico de Feng Shui, lá no blog Zen, também, tá?

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